quinta-feira, 29 de julho de 2010

Pois é.

A gente sempre sabe o que faz, até o pior acontecer.
Nós fazemos escolhas, a gente nunca sabe o que tem do outro lado.
Nós tomamos atitudes, a gente nunca sabe da consequência.
A gente fala a verdade, a gente nunca espera a mentira.
A gente pensa que perde, a gente não ganha nada.
A gente guarda amor, a gente apenas guarda.
A gente quer sempre, a gente sempre quer fácil, mas sempre corre pro que não pode ter.

A gente corre! Calma... ainda nem saimos do lugar.
Somos sempre nós mesmos, ainda não somos quase nada.
A gente nunca fala nada, esperamos as palavras do outro.
Buscamos a felicidade. A gente não sabe é que ela só vem quando não é esperada.
Somos tão bacanas, apenas fazemos aquilo que gostaríamos que fizessem por nós.
A gente se afasta, ainda estamos juntos onde não se vê.
Somos fortes, só sabemos disso na derrota.
Somos felizes, são só momentos.
Somos tristes, não conseguimos ver o melhor.
A gente brinca, a gente cresce assim.
Deixamos tudo complicado, consegues descomplicar com a mesma rapidez?
Estudamos para sermos alguém, aprendemos isso na escola?
Erramos pela manhã, esquecemos tudo a noite.
Gostamos de alguém, então podemos magoar por não gostar mais?
Terminamos namoros, casamentos. Apesar, o sentimento quase sempre continua.
Estamos consumidos de objetivos, todos teimam em cuidar do nosso próprio pensamento.
Construímos obstáculos, a gente teme em dizer que eles já estavam lá.
Ficamos parados, são nossos sonhos que correm por nós.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Alô doçura!

  Como diria o lindo Caio Fernando: "Existem pessoas como a cana, mesmo postas na moenda, reduzidas a bagaço, só sabem dar doçura..." De todas as frases que leio sobre diversos autores, essa foi a que mais me fez pensar.       
  Sobre tudo o que vemos, ouvimos ou repassamos, vem a tona reclamação em excesso, tristeza, estresse... Pelas conturbações, todos acham natural explodirem de 3 em 3 horas (como aquelas pessoas que sofrem de gastrite aguda e precisam de alimento nesse intervalo de tempo). Enfim, ser assim é normal não é? Errado. Para os pobres de espírito, pode até ser. Mas existe um seleto grupo de pessoas que ainda enxergam as coisas com uma certa harmonia interior, que conseguem ver a chuva caindo e não reclamarem que ela molha tudo, mas sim agradecem a Deus por não faltar água por essas regiões. Esses tipos de pessoas muitas vezes são confundidas, por serem boas demais, são chamadas de bobas. Por serem amigas demais, são reconhecidas como disponíveis. Coitado mesmo é de quem pensa assim.
  Ainda acredito, com fé, que essas pessoas de verdade andam espalhadas por ai, dispostas a dar e receber o que merecem. Se merecem muito ou pouco, não cabe a mim dizer. Mas esses tipos nunca devem merecer menos do que é melhor, acredito eu. Pelo pouco que sei e apesar das injustiças da vida, o caminho deve ser mesmo por ai...

Por trás de tudo...

  Cabelo bonito não é aquele tingido todo mês, muito menos com escova toda semana. Cabelo bonito, ou melhor, espetacular, é aquele que começa molhado e que vai tomando suas próprias formas. Cabelo lindo é aquele solto em direção ao vento, que faz com ele o que quiser.
  Livro não é bom apenas porque tem a capa mais chamativa e na primeira prateleira. Livro bom mesmo é aquele que geralmente encontramos por acaso, quem sabe até perdido na prateleira dos livros pinks, cheios de tons e designs ilustrados.
  Amor de verdade não é aquele que te fala sobre isso todos os dias, mas sim, aquele que demonstra isso todos os dias. Pode ser um abraço inesperado, com um olhar eternizado ou com aquele: "alô? Não é nada  não, só queria saber como estás, boa noite."
  Homem bonito pode até ser aquele com um corpo escultural e uma voz deslumbrante. Mas queres saber o que é um homem e-s-p-e-t-a-c-u-l-a-r? É aquele que pode não ter o tal do corpo atraente, mas tem sempre uma barbinha mal-feita que fica roçando seu rosto enquanto beija e te diz besteiras perto do ouvido, que até hoje só vocês dois sabem o que é. O homem espetacular pode não ter carro, mas te proporciona as maiores e melhores gargalhadas dentro de um ônibus lotado. O homem espetacular não é aquele que te fala frases feitas com objetivo de te conquistar. São aqueles que se embolam com o que querem dizer, mas que te beijam como nenhum outro. Resumindo, são aqueles que te conquistam, que te fazem sentir-se amada e desejada, mesmo sem ser intencional.
  E a boca? A mais bonita não é aquela carnuda e atraente. Na realidade, a boca perfeita é aquela que te dá o melhor beijo, que sabe o que e como fazer. É aquela que te deixa entender exatamente o motivo de estar ali.
  Assim como os livros, tudo começa pela capa, mas nada é mais instigante e inevitavelmente melhor do que saber o que tem por detrás das páginas.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Esqueça

Depois de tanto tempo, já estava acostumada, e até a alguns dias atrás, acreditava fielmente de que já estava curada dessa doença. Tudo pura ilusão. Quem diria que um simples soar de voz por ai seria capaz de fazer com que constatasse o óbvio: nada mudou (ou melhor, para não radicalizar e dar uma de dramática, mudou sim, mas em termos). Tem coisas por dentro que não mudam coisíssima nenhuma. Sendo que a muito estou seguindo o que ensinaram: ESQUEÇA, CRESÇA, SIGA EM FRENTE, com mais uma dose de ESQUEÇA. Mas ah, se esforço fosse sinônimo de superação...

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Eu te amo, nos dias de chuva

  Nem tudo ia bem para a mais doce das moças, embora nem tivesse consciência de que não era vista assim aos olhos das pessoas, que acreditavam que sua vida era perfeita. Na verdade, não sabiam de nada.
  Se tinha uma coisa que ela adorava fazer no inverno, era escrever e ficar olhando pela janela esperando surgir da neblina que tudo embaçava, aquele rapaz, que a meses se foi com a promessa de que iria voltar, apesar dos perigos que enfrentaria na guerra que a cada dia ia se agravando mais.
Bel, era o nome da doce moça, que estava sempre ali se embalando na cadeira e olhando cada minucioso movimento nas árvores... Sua mãe bem que tentava intervir em tanta espera, e sempre a dizia para colocar o cachecol e ver os dias passando de uma outra maneira. Essa sugestão só conseguia deixar Bel mais atordoada, afinal, só saia de casa para "ver os dias passando" quando estava na companhia dele. Ele que sempre dizia com aquela voz meio rouca: "meu bem, só não esqueça do cachecol"
  Depois de tanta espera, Bel finalmente recebe uma carta dele, que contava de sua saudade e aflição, de seus medos e sua vontade em vê-la. Bel chorou demasiadamente neste dia, mas algo bem no finalzinho da carta a alegrou em especial, ele escreveu: "ó meu bem, só não se esqueça do cachecol"
Os dias foram passando, formaram meses, que formaram anos e mais anos. A moça até que existia, mas somente na alma. Bel havia envelhecido, juntamente com a carta, que ficava guardada dentro de cada livro que ela escrevia sentadinha em sua cadeira de balanço ao lado da janela.
  Depois daquela vez, mais nenhuma carta chegou, e aos poucos, por insistência da própria vida, ela foi deixando de esperar o regresso dele. Apesar disso, sua imagem ela nunca conseguiu esquecer, e nem achava que isso fosse necessário. Já fora de tamanha crueldade não tê-lo mais em sua vida...
  Bel morre. Os empregados não sabiam explicar a causa, portanto acreditaram ser devido a velhice. E após alguns meses resolveram guardar as coisas de Bel e jogar outras fora, era preciso. Pensaram em guardar os livros que ela tanto escrevia e que ficavam empilhados sem utilidade. Mas a única coisa que encontraram escritas nos lotes de folhas era: "Como eu te amo nos dias de chuva..."

domingo, 11 de julho de 2010

Então fica combinado assim...

Nada de sentimento. Pra não ter ilusão. Pra não ter dor no final.
Nada de assumir. Pra não gerar expectativas. Pra não ter decepções no final.
Nada de falar. Pra não ser vítima das próprias palavras. Pra não se ferrar no final.
Nada de odiar. Pra não sentir fraqueza depois. Pra não se contradizer no final.
Nada de dizer “não”. Pra não deixar de fazer nada. Pra não querer voltar atrás no final.
Nada de ligar. Mesmo que queira muito. Pra não ficar puta no final.
Nada de comprar presente. Pra não gastar muito. Pra não ter prejuízo no final.
Nada de demonstrar. Pra não servir de idiota. Pra não querer se mostrar fodástico no final.
Nada de ser o que somos. Temos que ser iguais a todos. Pra não ficar excluído no final.
Nada de beber coca ou suco. Pra poder acompanhar seus amigos. Pra não ser tachado de careta no final.
É. Então fica combinado assim? COMBINADÍSSIMO! Mas nada feito, no final.