sábado, 5 de junho de 2010

Desencontros necessários.

   Repensando sobre coisas passadas, percebo o quanto já fui feliz, mesmo com certas contradições. Nunca fui de me apaixonar de verdade, embora tivesse aquela mania incessante de ficar me "encantando" pelas pessoas. Bastava um jeitinho admirável para me fazer estremecer. Antes, me achava uma boba por ser assim, mas algo muito mais forte me fez, dia após dia, enxergar as coisas com mais naturalidade, portanto, parei de me sentir culpada por certos atos meus. Creio que esse "algo mais forte" fosse a maturidade chegando.
  Mesmo assim, bem que já cometi coisas irreparáveis, uma delas foi de ter namorado pela primeira vez, através da internet. Minhas primas, alguns amigos, até mesmo meus tios já sabiam quem ele era, menos eu. No início me sentia extremamente desamparada por causa disso, mas o tempo foi passando e eu fui percebendo que qualquer pessoa na face da Terra poderia se sentir assim, mas não eu. Afinal, passei a conhecer ele de verdade, mesmo que pra isso os toques físicos tivessem de ser adiados. Dias e noites, e nós lá, digitando e digitando como se o mundo inteiro se resumisse numa coisa chamada: computador.
  Ouvi críticas quanto a isso, como: "fala sério, só tu mesmo pra namorar a distância, presta atenção na tua vida aqui, ele mora em outra cidade!" Fora quando não passavam horas rindo de mim. Isso, muitas vezes me fazia enfraquecer. Chorava sozinha, mas nunca deixava de contar a ele tudo sobre os meus dias. E acabava contando dessas brincadeirinhas, contava pra ele num tom de estar querendo desistir... Mas lá vinha ele novamente, mostrar pra mim que sempre existiria um outro lado, lado esse que ele dizia ser nosso. O nosso mundo, o nosso namoro, o nosso amor. Amor esse que ele alegava do jeito mais lindo, que era diferente de todos os outros. Não por ser a distância, e sim porque apesar de ser a distância, era o mais verdadeiro (quem sabe até o único) no qual já havíamos passado.
  Hoje, percebo a importância de cada acontecimento. Percebo quanto tempo já perdi, mas que na realidade só me causou bem. Embora tenha sido tão pouco, tive uma plena felicidade. Viver algo platônico não se resume a todas as pessoas. Se tem algo pelo qual me orgulho, é de ter sido capaz de passar por isso tão bravamente. Isso que definitivamente, não é e jamais será pra qualquer um.

Nenhum comentário:

Postar um comentário